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Santa Apolónia
Na Gare de Santa Apolónia
partem os sonhos
chegam recordações.
Partem os jovens
olhos postos na esperança
frontes lisas de madrugadas
fervem no peito aventuras
perseguidas reais inventadas.
Partem mulheres
cabelos de luz olhar de bruma
formas de sonho ei-las que vão
transfiguradas são todas belas
até as que não.
Homem grisalho
vai apressado o olhar perdido.
Acredita na fuga das indecisões
das angústias dos medos e do
fracasso dos sonhos das frustrações.
Com passo lento
o olhar sereno chega o sorriso
dum ancião. A vida foi dura
pesada até mas ele sorri:
a juventude na alma perdura.
Um sinal discreto
dá a partida da linha um
à composição da vida.
Parte sem rumo certo
em busca de lugar nenhum.
1996-10-28
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